Merendeira pode ir a júri popular por colocar raticida em almoço de escola em Porto Alegre
O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul recebeu denúncia do Ministério Público gaúcho contra a merendeira Wanuzi Mendes Machado por tentativas de homicídio. A decisão unânime da 2ª Câmara Criminal reforma entendimento do 2º Juizado da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre que, em setembro de 20122, havia considerado que, embora o produto contivesse uma substância letal (raticida Nitrosin), a concentração era muito baixa e, portanto, incapaz de levar uma pessoa a óbito.Nessa terça, entretanto, os desembargadores do TJ entenderam que, devido ao meio utilizado (veneno), a ineficácia é relativa e se trata de crime tentado e não impossível. A relatora do recurso foi a juíza-convocada Rosane Ramos de Oliveira Michels.
A servidora é suspeita de ter colocado veneno de rato na merenda da Escola de Ensino Fundamental Doutor Pacheco Prates, na zona sul de Porto Alegre, em 4 de agosto de 2011. Ao todo, 39 pessoas, entre alunos e professores, comeram o estrogonofe envenenado.
Agora, o processo retorna para a origem e haverá a fase de instrução criminal para análise da adminissibilidade da acusação. Caso seja pronunciada, a acusada poderá ir a Júri Popular.
Envenenamento de comida
Trinta e nove pessoas foram levados para pronto atendimentos da zona Sul de Porto Alegre depois que uma professora desconfiou de grânulos de cor rosa na comida do almoço, um estrogonofe. Algumas pessoas reclamaram de mal-estar e dores de cabeça e barriga.
A titular da Delegacia de Polícia Volante, delegada Clarissa Demartini, informou que foram encontrados pequenos sacos contendo um aparente veneno de rato e uma tesoura na cozinha da instituição. Um dia depois, a delegada confirmou que a substância era o raticida Nitrosin. Segundo o setor de pediatria do Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro, o produto pode alterar a coagulação do sangue, gerando sangramentos de diversos níveis de gravidade.
A merendeira da Escola de Ensino Fundamental Pacheco Prates ,confessou ter colocado veneno de rato na refeição. Segundo o delegado Cleber Lima, da 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, ela disse não ter motivos para o crime e alegou problemas psicológicos. A funcionária havia sido contratada há três semanas, em caráter emergencial, e foi uma das 39 pessoas hospitalizadas após comer a refeição.
Fonte: Correio do Povo
Postado por:Elisete Bohrer
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