Exames simples podem identificar o problema, com boas chances de cura para o paciente
Câncer e doenças cardíacas respondem pelas maiores causas de morte no
Brasil, mas são males que quase nunca aparecem relacionados. Embora
pouco conhecidos, os tumores cardíacos existem e quase sempre passam
despercebidos até que o primeiro ecocardiograma de rotina os denuncie.
— Cerca de um quinto das pessoas que morrem de câncer já tem algum
tipo de comprometimento metastático no coração — afirma o cardiologista
Ricardo Corso, do Hospital do Coração do Brasil em Brasília.
Os tumores de coração podem ser primários, quando a origem é no
próprio tecido do coração, ou secundários, quando resultam de metástase
de algum outro câncer pré-existente — caso mencionado pelo especialista.
— Mas o coração não é o alvo mais frequente de metástases. Pode
acontecer em alguns casos em que a doença está mais avançada ou de
alguns cânceres no rim e nos órgãos genitais, em que ele cresce pela
veia cava — complementa Noedir Antônio Groppo Stolf, cirurgião
cardiovascular do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e
professor emérito da Faculdade de Medicina da USP.
Diferentemente de outras cardiopatias, o tumor cardíaco não escolhe
suas vítimas de acordo com a idade ou com os hábitos de vida.
— Os metastáticos ocorrem mais em idosos, mas os primários podem
acometer qualquer pessoa, especialmente adultos jovens — constata Stolf.
O que não necessariamente é motivo de pânico: se o tumor for benigno e
tiver localização fácil, como acontece na maioria dos casos, uma
cirurgia quase sempre é suficiente para corrigir o problema sem deixar
sequelas.
— O procedimento é curativo na maioria dos casos e uma recidiva não é
comum. Se o tumor for maligno e recidir, às vezes, é necessário
quimioterapia e radioterapia, mas o resultado não costuma ser bom — diz o
especialista.
Os sintomas podem variar de falta de ar e perda da capacidade física
até uma embolia ou um derrame, causados por um fragmento do tumor solto
na circulação. Mas casos assintomáticos não são raros. O diagnóstico é
feito por exames de imagem de rotina, pedidos normalmente em checapes,
como o ecocardiograma e a tomografia.
Fonte:CORREIO BRAZILIENSE
Postado por:Elisete Bohrer