Produtores apostam em vespinha para controle da lagarta do cartucho

Agricultores da Região Metropolitana de Porto Alegre começaram a lançar, nesta semana, as vespinhas que fazem o controle da lagarta do cartucho que ataca os milharais. A vespa Trichogramma está sendo produzida na biofábrica da Emater/RS-Ascar, instalada junto ao Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam).
Sérgio Miguel dos Santos, da localidade de São José do Herval, em Morro Reuter, adquiriu quatro cartelas com as larvas e está distribuindo gradativamente na lavoura de milho. “As vespas são colocadas, antes de nascerem, em pequenas cartelas e recomenda-se que sejam dispostas nas plantas, a cada 20 metros na linha e 20 metros nas entrelinhas. Cada hectare deve receber de 100 a 150 mil vespinhas”, explica o agrônomo da Emater/RS-Ascar Guilherme Martins Costa.
Santos se interessou pela tecnologia porque produz quase tudo o que consome em suas terras, como carne, frutas, verduras e leite, que também comercializa. “Antes eu produzia muita batata no sistema convencional e, desde 1985, decidi não usar mais veneno”, explica.Além disto, ele acredita que muitas das doenças que estão incidindo sobre o ser humano se devem ao que se consome e ao uso de agrotóxicos em alimentos.
“Vi que, neste ano, não ia colher o suficiente para fazer silagem, porque o problema da lagarta atacando o milho era grave. Aí decidi optar pelas vespas”, ressalta.
O agricultor de Morro Reuter é apenas um dos que resolveu utilizar o controle biológico utilizando as vespas Trichogrammas produzidas na biofábrica da Emater/RS-Ascar em suas lavouras. Já aderiram à Campanha para o Controle Biológico de Lagartas, produtores de Cristal, Morro Reuter, Maquiné, Mostardas, Chuvisca, Dom Feliciano, Viamão, Charqueadas, Morrinhos do Sul, Osório e São Jerônimo.“A campanha tem o objetivo de difundir e fomentar o controle biológico, diminuindo o uso de inseticidas para o controle de pragas no Rio Grande do Sul. Através das vespas, realizamos o controle de forma não tóxica ao agricultor e ao meio ambiente”, destaca o agrônomo da Emater/RS-Ascar.
A colocação de vespas é uma alternativa que tem despertado o interesse de um número cada vez maior de produtores já que a lagarta do cartucho é um inseto-praga que ataca as folhas do milho, em função das temperaturas mais altas e do clima mais seco. O controle biológico desta lagarta consiste em soltar a vespa adulta na lavoura. A Trichogramma procura os ovos da mariposa para fazer sua postura e, de cada ovo da vespinha, nasce uma pequena lagarta, que após a fase adulta, impedirá o desenvolvimento do inseto-praga, parasitando-o.
Os agricultores que tiverem interesse em colocar a vespa Trichogramma em suas lavouras devem procurar os escritórios da Emater/RS-Ascar.Texto e foto: Carine Massierer - Emater/RS-Ascar
Aline Heberlê
Central do Interior
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