quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Redução da produção e dos estoques deve elevar remuneração da citricultura em 2014

Preços da laranja devem ser melhores do que os registrados em 2013 e 2012, segundo analista do Cepea

A expectativa é de aumento do preço da laranja. A redução da produção e dos estoques da indústria projeta um ano com melhor remuneração para a citricultura. Segundo a analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Fernanda Geraldini Gomes, a perspectiva inicial para 2014 é de preços melhores do que em 2013 e 2012.
– Principalmente pela questão de oferta de suco de laranja, que vai diminuir um pouquinho. Então, isso tende a aumentar o interesse da indústria pela matéria prima no ano de 2014 – declarou Fernanda.
O produtor de Mogi Mirim (SP), Jorge Setoguchi, conta que, na última safra, vendeu a caixa de 40 quilos de laranja a R$ 6. Abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo, que é de R$ 10,10. Menor também que o custo de produção, que para ele chegou a R$ 11 por caixa. Os baixos valores desestimularam a produção.
– Se este ano for tão ruim quanto o ano de 2013/2014, provavelmente a gente tenha que procurar outro ramo da agricultura porque não dá pra continuar pagando pra trabalhar – afirmou o citricultor.
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) projeta redução do estoque da indústria para o final do ano safra, em junho. A estimativa é de 476 mil toneladas de suco concentrado. Quantidade 38% menor que o estoque do mesmo período do ano passado, quando havia 766 mil toneladas em estoque.
No Estado de São Paulo e Triângulo Mineiro, principais regiões produtoras do país,  houve queda de 27% na safra 2012/2013 em relação à safra anterior. A produção passou de 385 milhões para 278 milhões de caixas de citrus.
– Nós tivemos o consumo estável em 2013/2014, o volume exportado pelo Brasil continuou num ritmo bom. Só que a produção de laranja de São Paulo foi bem menor. Então, ao invés de se aumentar o estoque, a indústria precisou consumir para que se mantivesse o ritmo das vendas – relatou Fernanda.
No pomar do citricultor Setoguchi, em Mogi Mirim, por exemplo, há somente 25% das plantas que havia um ano atrás. De 20 mil para menos de 15 mil pés de laranja. A erradicação das plantas aconteceu por dois motivos: casos de pés já muito antigos com baixa produtividade e os que foram atacados pelo greening.
O produtor estima produtividade 10% menor. Ele diz que o greening está controlado. Por isso, a doença não foi a principal  preocupação desde o início deste ciclo.
– Foi o clima né. Os dias quentes, noites frias, no período da florada e pós-florada. Então, nós tivemos um abortamento de frutinhos razoável, além do normal – explicou Setoguchi.
Na região de Mogi Mirim, os frutos estão verdes, em fase de desenvolvimento. O verão está mais seco que costuma ser. A falta de chuvas ainda pode aumentar as perdas na lavoura.
– Porque o fruto não cresce e com isso teremos um fruto menor para a próxima safra – disse Setoguchi.
O produtor acredita que com menor produção, a laranja fique mais valorizada, mas não arrisca dizer quanto o preço pode aumentar.
 – Não tenho perspectiva porque quem dita aí, no caso, são as indústrias. Então a gente fica na expectativa de que seja um preço que pelo menos esteja acima dos custos pra gente poder pagar as dívidas dos anos anteriores – relatou o citricultor.


CANAL RURAL

 

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