quinta-feira, 28 de maio de 2015

Rio Grande do Sul é certificado como área livre de peste suína clássica

O Rio Grande do Sul recebeu, nesta quinta-feira (28), em Paris, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o certificado de área livre de peste suína clássica (PSC). É a primeira vez que a organização reconhece zonas e países livres da doença. Até então, a certificação era emitida pelos próprios países, com normas estabelecidas internamente. O governador José Ivo Sartori, o secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, e deputados estaduais participaram do ato de entrega, durante a 83ª Assembleia dos Delegados da OIE, aberta dia 24.
Santa Catarina também recebeu a certificação. Os dois estados do Sul respondem por 70% das exportações brasileiras de carne suína. Só o Rio Grande do Sul envia mais de 30% da produção para mais de 60 países. No ano passado, o setor movimentou mais de R$ 13 bilhões no Estado. Considerando o efeito-renda, o Rio Grande do Sul tem mais de 170 mil pessoas envolvidas na cadeia suinícola.
Competitividade
As enfermidades certificadas pela OIE são utilizadas como normatização pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Para obter o status de área livre de PSC, Rio Grande do Sul e Santa Catarina atenderam a uma série de critérios estabelecidos pela OIE, examinados por um comitê técnico. O relatório produzido por autoridades do setor foi remetido ao Conselho Deliberativo da organização.
Ao destacar a importância da certificação para o Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori ressaltou que isso vai permitir maior competitividade ao Estado. "O mercado internacional exige cada vez mais qualidade, boa procedência, inovação e tecnologia no processo produtivo. Sabemos que o setor de suínos é muito importante para o nosso Estado, porque movimentaem média R$ 11 bilhões ao ano. Certamente, é uma grande conquista para o Rio Grande do Sul", comemorou.
O secretário Ernani Polo disse que se trata de uma conquista construída ao longo de dez anos, que só foi possível graças a um trabalho técnico efetivo. "A certificação nos dá um status sanitário diferenciado e vai nos garantir a preferência de países que compram produtos suínos. Precisamos reconhecer a atuação de cada um dos médicos veterinários, técnicos e auxiliares das inspetorias da Secretaria da Agricultura nesta vitória O desafio, agora, é buscar a certificação em outras áreas, para que também tenham mais valor agregado e assegurem mais renda aos produtores", salientou.
Erradicação
Desde 1991, não há registro da PSC no Rio Grande do Sul. A atuação conjunta do poder público e da iniciativa privada proporcionou avanço no controle e na erradicação da peste. O Rio Grande do Sul foi uma das primeiras unidades da federação a serem reconhecidas nacionalmente como áreas livres.
A vacinação foi suspensa em 1992 e se iniciou então o processo de erradicação. A PSC é uma doença viral, de notificação compulsória. Em animais jovens, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%. Já em exemplares mais velhos, a doença pode se apresentar de forma mais discreta ou até ser subclínica. Entre os sintomas, estão febre alta, leucopenia severa (contagem de leucócitos abaixo do normal), hemorragias e dificuldade de locomoção. 

Texto: Gabriela Alcantara
Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini
Edição: Rui Felten/CCom
Postado por:Elisete Bohrer

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