Brasil deve ter 576 mil novos casos da doença no próximo ano
Somente em 2014, o Brasil deve ter 576 mil novos casos de câncer, de acordo com estimativa apresentada pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) e pelo Ministério da Saúde nesta semana. Segundo especialistas na área, a fórmula ideal para combater o aparecimento dessa temida doença é baseada em três receitas: alimentação saudável, prática de atividade física e controle de peso.— Isso é uma questão de estilo de vida. Precisamos praticar mais atividades físicas, usar menos o carro, caminhar mais, pegar mais sol, ter uma alimentação com alimentos naturais, como frutas e verduras e menos comidas industrializadas entre outros fatores — reflete o médico do Centro de Prevenção do Câncer da Clinionco, Rafael Castilho.
Segundo ele, o envelhecimento de um maior número de pessoas ao longo dos anos deve aumentar a incidência de câncer, principalmente de mama, próstata e intestino, por isso, a atenção deve começar desde muito cedo, na própria infância.
— O foco está nos hábitos dos pais, que vão ser passados ou aprendidos pelas crianças. Se tivermos pais que comem mal, são sedentários ou obesos, isso possivelmente vai refletir nos hábitos de vida das crianças. Outro fator é o tabagismo: é muito comum adolescentes começarem a fumar usando como exemplo, os pais — comenta.
O tabaco é um dos fatores de risco mais predominantes para incidência do câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 75% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos.
Sedentarismo é um alerta
O sedentarismo já é considerado entre alguns pesquisadores como pandemia mundial: a inatividade física é o quarto maior fator de risco para doenças crônicas. E o problema está atingindo cada vez mais os jovens. Segundo o IBGE, apenas três em cada dez adolescentes brasileiros são considerados ativos, ou seja, que praticam 300 minutos ou mais de exercício por semana.
— A questão do sedentarismo é muito importante em expectativa de vida para qualquer tipo de doença, não só o câncer, mas para doença cardiovascular ou mesmo para doenças neurológicas. E a atividade física leve na terceira idade é uma das coisas que têm mais impacto na qualidade de vida do indivíduo. Nunca é tarde para mudar — lembra o médico.
Mantenha em dia os exames preventivos
Além da vida saudável, existem alguns exames que podem auxiliar na prevenção e na detecção de lesões pré-malignas. O médico Rafael Castilho explica alguns:
Cólon do útero: não é um câncer tão comum porque a prevenção já se estabeleceu há muito tempo, reduzindo em até 70% os índices com os exames preventivos de HPV, doença que provoca esse tipo.
Intestino: colonoscopia é um exame que detecta lesões pré-malignas. Os países que fazem campanhas de prevenção conseguem até 60% de redução dos casos de câncer de intestino.
Mama e próstata: não existem exames de prevenção e sim, de detecção precoce, como a mamografia e o exame de toque. Não conseguimos achar as lesões antes dos tumores, mas quando encontramos cedo o indício das neoplasias, isso tem um impacto muito grande no tratamento da doença.
Pele: as pessoas de pele mais clara ou mais exposta ao sol, devem fazer o exame com o dermatologista como a dermatoscopia digital, que ajuda na detecção e na prevenção de lesões.
Fígado: se diminuirmos os índices de hepatite B e C e aumentarmos o uso da camisinha, vamos diminuir o risco de câncer desse órgão, que é um tipo de tumor de diagnóstico precoce difícil.
Pulmão: para fumantes, consultas preventivas a partir dos 40 anos, mas o que há mais impacto na prevenção é, claro, parar de fumar.
Conheça as características dos principais fatores de risco que podemos prevenir:
Alimentação: em algumas literaturas, estima-se que, entre as causas que envolvem o surgimento de neoplasias, 20% delas podem ser explicadas através da alimentação
Obesidade: presente em 15% da população brasileira, ela pode estar relacionada a 26 doenças. Estudos indicam que os tumores do sistema digestivo, de mama, cólon e de próstata, estão relacionados à dieta do excesso de peso, além de problemas cardiovasculares e outros
Sedentarismo: a previsão é que até 2030, a inatividade física possa abreviar em até cinco anos a expectativa de vida, caso seja mantido o ritmo atual. Entre as mulheres, o risco ainda é maior: segundo o Inca, um estudo divulgado pela revista médica Lancet afirma que 13,4% dos casos de câncer de mama são diagnosticados em mulheres sedentárias
Tabagismo: todo ano cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. Não só o fumo ativo, mas o passivo também aumenta os riscos de doença. E a nicotina participa indiretamente com mais de 70 substâncias cancerígenas existentes na fumaça do cigarro
Genética: entre 10% a 15% dos casos há uma predisposição genética como fator mais importante. É preciso relevá-lo quando há na família, pessoas com tumores abaixo dos 50 anos ou quando há o mesmo caso pelo menos duas pessoas familiares, principalmente antes dos 50
Fonte:BEM-ESTAR
Postado por:Elisete Bohrer
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