sexta-feira, 21 de junho de 2013

Atos que fazem do Brasil um país corrupto

Um estudo aponta que a grande maioria dos brasileiros não julga atos como furar fila e comprar produtos falsificados formas de corrupção. Para muitos a adulteração ocorre apenas em Brasília

Não dar nota fiscal, não declarar Imposto de Renda, tentar subornar o guarda para evitar multas, falsificar carteirinha de estudante, dar ou aceitar troco errado, roubar o sinal da TV a cabo do vizinho, furar fila, comprar produtos falsificados, falsificar assinaturas e no trabalho, bater ponto pelo colega. Essas são atitudes tão comuns para a cultura nacional que muitas pessoas nem consideram que essas são formas de corrupção.
É o que aponta uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Vox Populi sobre os pequenos delitos cometidos no dia-a-dia como corriqueiros. Conforme o estudo, essas atitudes não são vistas pelos brasileiros como atos de corrupção. Além disso, um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto.
Os números refletem o quanto atitudes ilícitas como essas, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encarados como parte do cotidiano. Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.
Nas ruas de Carazinho as pessoas consideram essas atitudes como erradas, mesmo vendo com estranheza o termo “corrupção”. “Não sei se chega a ser corrupção, o fato que qualquer coisa como furar fila não é correto”, diz a operadora de caixa de um supermercado, Marisa de Oliveira Vargas. Para ela, que lida diariamente com dinheiro, dar ou aceitar troco errado é uma forma grave de comportamento. “O que não é meu eu devolvo imediatamente, por isso já conto o troco na frente do cliente, para não dar problema depois, e para que não desconfiem de mim”, diz a jovem de 28 anos.

Atitudes como roubar o sinal da TV a cabo do vizinho para a aposentada Margarete do Amaral Brabo, é um pecado grave. “Meu filho queria puxar a internet de um vizinho, mas eu não deixei”, garante a senhora, que aos 65 anos classifica o ato de furar a fila uma manifestação enorme de falta de respeito, e questiona: “Se eu posso esperar, porque a outra pessoa não pode?”.
Fonte: Diário da Manhã

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