terça-feira, 8 de maio de 2018

Senador Paim defende fortalecimento das rádios comunitárias no 9º Congresso de Rádios Comunitárias da Abraço-RS

O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu o fortalecimento das rádios comunitárias na mesa de abertura do 9º Congresso da Associação Gaúcha de Radiodifusão Comunitária (Abraço-RS), ocorrida na noite da última sexta-feira (4), no auditório do Sindicato dos Bancários de Santa Cruz do Sul. Ele destacou cinco projetos de lei que apresentou no Senado, buscando garantir recursos para apoiar a produção artística e cultural nas cerca de 6 mil rádios comunitárias existentes no Brasil.

Também integraram a mesa o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, o representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Frei Sérgio Görgen, o coordenador da Abraço-RS, Joaquim Goulart, o coordenador nacional da Abraço Brasil, Geremias dos Santos, e a representante da Fenae, Célia Zingler.

Paim frisou que as emissoras prestam serviços de utilidade pública e de integração das comunidades onde estão instaladas, mas muitas têm dificuldades em se manter e correm até risco de encerrar suas atividades.

Além da longa trajetória de lutas em defesa dos trabalhadores, aposentados, negros e pessoas com deficiência, o senador se mostrou também comprometido com as causas das rádios comunitárias e a democratização da comunicação. Ele salientou a importância dessas emissoras para fazer o contraponto à grande mídia.

O senador aproveitou para analisar a conjuntura política e econômica, criticando a aprovação da “reforma” trabalhista do governo ilegítimo Temer, que representa um desmonte da CLT. Ele denunciou os primeiros resultados da nova lei, citando a precarização do trabalho, o aumento do desemprego e o fim da assistência dos sindicatos nas homologações de rescisões, que passaram a ser feitas nas empresas “e até por correspondência”, deixando o trabalhador desprotegido.
Presidente da CPI da Previdência, Paim disse que o recuo do governo ocorreu diante da mobilização da sociedade, enfatizando a pressão exercida pelas centrais sindicais. Para ele, a greve de fome do Frei Sérgio e mais seis militantes sociais também foi importante para evitar a votação, que deve ficar para a próxima legislatura.

Democratizar a comunicação
Ademir, que também integra o Comitê Gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), destacou que a parceria entre a CUT-RS e a Abraço “vem de longa data” e que “é preciso fortalecer as rádios comunitárias, bem como a mídia alternativa e independente, enquanto continua a luta para democratizar os meios de comunicação”.

Ele chamou a atenção para o papel da mídia tradicional que sempre tem apoiado os golpes das elites. “Em 1964, os golpistas usaram os militares que ocuparam as ruas com tanques e soldados. Em 2016, isso não foi preciso, pois a Globo foi protagonista do golpe, manipulou e anestesiou a consciência da maioria da população”.

O dirigente da CUT-RS alertou para a nova fase do golpe, que é impedir que o ex-presidente Lula seja candidato. “Querem tirar Lula no tapetão”, comparou ao explicar que ele foi condenado sem provas e sem crime. “Lula livre”, concluiu.
O Frei Sergio Göergen, que é um dos comandantes da Rede Soberania, lembrou a luta histórica dos movimentos sociais em defesa das rádios comunitárias e da preservação da cultura local. O representante do MPA salientou que “não existe liberdade de imprensa no Brasil, mas sim liberdade de empresa”. Para ele, “o que temos é uma mídia empresarial”.

Ele defendeu a democratização da comunicação e que “todas as opiniões devem ser expressadas”. Para ele,“não podemos abrir mão da batalha das ideias e da batalha das antenas”.

Fazer contraponto à mídia golpista
O coordenador da Abraço-RS denunciou que “70% das informações são manipuladas no Brasil” e alertou que ”impedir as rádios comunitárias de ter financiamento privado é cerceamento”. Joaquim destacou que elas trazem desenvolvimento econômico e enfatizou que “são a cara das pessoas de cada bairro e hoje estão consolidadas na alma do povo”.

Para Geremias, o papel relevante das rádios comunitárias é fazer o contraponto à grande mídia manipuladora e elitista. O coordenador da Abraço Brasil reafirmou o compromisso das rádios comunitárias em estar ao lado dos movimentos sociais, da sua comunidade e na defesa dos direitos dos trabalhadores.

Já a representante da Fenae, antiga parceira da Abraço, reforçou o esforço conjunto das duas entidades em focar pautas em defesa da democratização da comunicação e dos direitos dos trabalhadores. Célia lembrou a importância das rádios comunitárias, inclusive em processos revolucionários, como na Nicarágua.

O congresso continuou no sábado (5) com debates, prestação de contas e eleição da nova coordenação da Abraço-RS. Também participaram do evento a professora Patrícia Schuster e os estudantes de Comunicação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
Fonte: CUT-RS

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