sexta-feira, 5 de maio de 2017

Primeiro satélite 100% brasileiro é lançado ao espaço


O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC) - o primeiro integralmente controlado pelo governo brasileiro - foi lançado nesta quinta-feira, às 18h52min da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações, pela primeira vez um satélite poderá ser usado para fins civis e militares no Brasil.

O principal objetivo do equipamento é ampliar a capacidade de telecomunicações, expandindo a cobertura de serviços de internet banda larga a todo o território brasileiro, incluindo áreas de difícil acesso. O SGDC também fornecerá um meio seguro para transferência de informações militares e deverá ser utilizado para ajudar as Forças Armadas em operações nas fronteiras, segundo o governo.

Atualmente, a Defesa nacional aluga o sinal de satélites privados de empresas estrangeiras. Assim que o SGDC estiver em operação, as comunicações dos órgãos públicos de defesa migrarão para ele. O satélite é estacionário, isto é, ele gira na mesma velocidade da Terra e, portanto, fica permanentemente "estacionado" sobre um determinado ponto do planeta. Com 7,1 metros de altura, o equipamento pesa 5,7 toneladas. Quando abrir as duas abas laterais (os painéis de captação de energia solar), terá a extensão de 37 metros. Sua vida útil prevista é de 18 anos.

O lançamento, feito pelo foguete Ariane 5, da empresa francesa Arianespace, levou o SGDC até uma altitude de 1.138 quilômetros, em pouco mais de 28 minutos. Nesse momento, o satélite foi desacoplado e agora seguirá viagem por mais dez dias, navegando em trajetória circular, até entrar em sua órbita definitiva, a 35.826 quilômetros da superfície da Terra. Uma vez na posição geoestacionária, o SGDC entrará na fase de testes, que terá duração de aproximadamente dois meses. O desenvolvimento do satélite foi feito pela empresa francesa Thales Alenia Space, por meio de um contrato com a Visiona - uma joint venture formada pela Embraer e pela estatal Telebrás. A parceria envolve ainda MCTIC e o Ministério da Defesa (MD).

A responsabilidade pela operação e pelo monitoramento do satélite é da Força Aérea Brasileira (FAB), com base no Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P). A nova organização militar tem sede em Brasília, onde está instalada a antena que captará os dados. A antena, de 42 toneladas, tem 18 metros de altura e 13 de diâmetro. O equipamento funcionará 24 horas por dia, com o suporte de uma centena de técnicos e especialistas que se revezarão em três turnos.

O equipamento é parte do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), criado pelo governo em 2010. Em 2013, o satélite recebeu um investimento inicial de R$ 2,1 bilhões. O valor chega agora a R$ 2,784 bilhões, dos quais o Brasil já pagou R$ 2,060 bilhões. Mais R$ 724 milhões deverão ser quitados até 2019.

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