terça-feira, 11 de abril de 2017

Fórum reforça urgência em acabar com a cultura da violência contra a mulher

Importantes discussões foram levantadas durante o 12° Fórum da Mulher neste sábado (8), em Palmeira das Missões. Com o Centro Cultural lotado o tema ‘Mulheres que fazem a diferença’ foi abordado pelas painelistas em vários aspectos. A abertura do Fórum contou com a presença de autoridades, entre os organizadores e parceiros do evento, o vice-prefeito Lúcio Borges, a presidente do Fórum vereadora Karin Bittencourt Uchoa, além do deputado federal Jerônimo Goergen e da deputada estadual Zilá Breitenbach.

Na oportunidade, Karin, juntamente com uma comitiva da Secretaria Municipal de Educação, entregou ao deputado Jerônimo uma solicitação de emenda parlamentar para ampliação da Creche Vó Erondina, a qual leva o nome da avó materna do deputado. A necessidade de ampliação é urgente para atender a demanda da população que mora no entorno e encontra-se em situação vulnerável. Ainda, Jerônimo reforçou sobre a emenda parlamentar no valor de R$ 245.850,00 para asfaltamento de trecho da Rua Borges de Medeiros, cujo projeto já foi cadastrado e aguarda os trâmites.

Fazendo o público levantar da cadeira, a professora Patrícia Prado Bonesso e suas alunas do Studio Vida apresentaram animadas coreografias, mostrando que não existe idade para sair do sedentarismo e praticar um exercício que traga alto astral e eleve a autoestima. A primeira painelista, Josiane Petry Farias, falou sobre o feminicídio, com mediação da Bel. em Direito Serenita Galli.

Josiane coordena o Projur Mulher, da UPF, que oferece atendimento jurídico para mulheres vítimas de violência. Como ela salientou, Passo Fundo é o segundo município mais violento do estado, referente às agressões registradas contra mulheres. “A violência contra a mulher acontece dentro de casa, por quem ela menos espera, que é seu companheiro ou ex-companheiro. Mas a cultura de que em ‘briga de marido e mulher não se mete a colher’ deve acabar, pois a sociedade deve se meter sim, em defesa das mulheres”, comentou ela.

No Brasil, morrem mais homens do que mulheres, contudo, 97% dos casos de mulheres mortas são pelas mãos dos homens com os quais elas mantêm relação, diferente da morte dos homens, motivadas pela violência do tráfico, acidentes no trânsito, latrocínio, entre outros. Por isso, se faz necessário analisar e julgar os assassinatos de mulheres de maneira diferente, uma vez que desde que foi instituída, a Lei do Feminicídio (n° 13.104/2015) prevê a circunstância qualificadora do crime de homicídio, quando o motivo for questão de gênero. O encerramento das atividades da manhã foi com sorteio de brindes e desfile da loja Alternativa.

Primeira comandante mulher da BM esteve no evento

Tenente-coronel da reserva e vereadora em Porto Alegre, Nadia Rodrigues Silveira Gerhard falou sobre a cultura de violência contra a mulher e a patrulha Maria da Penha, criado por ela. Nadia ressaltou sobre os papeis sociais e estereótipos que a mulher carrega, a partir de uma visão de uma sociedade cheia de preconceitos, e a importância de se romper estas barreiras, revendo a forma com que as crianças estão sendo educadas.

Em 180 anos de Brigada Militar Nadia tornou-se a primeira mulher comandante de um batalhão, em 2007. Em 2012 assumiu o comando do 19° BPM de Porto Alegre e, nessa época, implementou, como coordenadora estadual, a patrulha Maria da Penha na Brigada Militar, que protege mulheres vítimas de violência doméstica. A patrulha é responsável por fiscalizar as medidas protetivas, com policiais capacitados que orientam e auxiliam as mulheres vítimas.

O encerramento do Fórum foi com a blogueira e consultora de moda Mariana Simionato, que reside atualmente em Los Angeles e coordena um importante projeto sobre moda e identidade feminina, conversando com mulheres do mundo todo e trabalhando a sua autoestima. Mariana comentou que apesar das diferenças, as mulheres ao redor do mundo possuem características semelhantes, como o sentimento de comparação e de rotulação.

Durante todo o dia também esteve em frente ao Centro Cultural o ônibus da Rede Lilás, com atendimentos psicológicos, sociais e jurídicos.
Priscila Devens/AI

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