quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Porto Alegre - Clínica fechada fazia até cinco abortos por dia, diz polícia


A clínica de aborto fechada em uma operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (29) em Porto Alegre funcionava de forma “organizada” e realizada, em média, cinco procedimentos por dia, cobrando R$ 5 mil por cada um deles. A clínica clandestina era ambientada em uma casa de alto padrão, disfarçada sob a fachada de estética de massagem e reiki, no bairro Floresta, na região central da capital gaúcha.
Em ação nesta quarta-feira (29), a polícia fechou o estabelecimento e prendeu seis pessoas em flagrante. Diversos objetos cirúrgicos e aparelhos foram apreendidos. “Era uma casa organizada, limpa, bonita. De alto padrão”, descreveu Dalcin.“Era um esquema bem organizado, para manter o sigilo da clínica”, definiu o delegado Wagner Dalcin, que conduziu as investigações, em entrevista ao G1. Uma denúncia, entregue há pouco mais de duas semanas, deu início à apuração.


Aparelhos foram apreendidos em clínica de
aborto (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)

Em um dos quartos da casa de três andares, estava uma jovem de 21 anos, que estaria aguardando para realizar o procedimento. “Ela disse que foi se aconselhar, que descobriu a gravidez hoje. Mas ainda vamos apurar a conduta dela”, explicou o delegado, que revelou também que a Polícia Civil investiga a participação de médicos e enfermeiros no esquema.
Contato via internet
O grupo mantinha uma página em uma rede social, por onde era feito o primeiro contato com as mulheres. No entanto, os agenciadores jamais revelavam o endereço da clínica. Para agendar os procedimentos eram marcados encontros em lugares públicos. Uma terceira pessoa acompanhava a gestante até o estabelecimento.
“Se pedia como uma espécie de comprovante o exame de gravidez, a ecografia. Só era permitida a entrada dessas pessoas que iam realizar o aborto, no máximo um acompanhante. Não era qualquer um que entrava”, detalhou o delegado.
Através da mesma página na internet, era negociada a compra de medicamentos abortivos. A Polícia Civil acredita que a quadrilha possuía ramificações em São Paulo. “Para onde foram feitas as remessas ainda é cedo para dizer”, sintetizou.
Conforme o Código Penal, aborto é considerado um crime contra a vida e prevê pena de um a quatro anos de reclusão para os terceiros, além de pena de um a três anos de detenção para a gestante. Caso não tenha sido consentido pela vítima, a pena aumenta para três a 10 anos de reclusão. Todos os envolvidos podem ser denunciados pelo crime.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens que talvez você não viu!!!

http://picasion.com/