sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Instabilidade climática prejudica desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul

As lavouras de trigo estão sendo severamente prejudicadas pela instabilidade climática ocorrida no Rio Grande do Sul durante boa parte do ciclo da cultura, principalmente do estágio de floração até os dias atuais. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (16/10), em regiões importantes de produção, como Missões, Fronteira Noroeste e Noroeste Colonial, um expressivo percentual de lavouras — cerca de 40% — apresenta espiguetas atacadas por doenças fúngicas de difícil controle (brusone e giberela), embora os produtores tivessem realizado os controles preconizados de forma preventiva.
As primeiras lavouras de trigo colhidas nessas regiões apresentaram produtividade regular e grãos ainda com valor comercial. Porém, na medida em que a colheita avança, as lavouras apresentam-se mais prejudicadas e o produto colhido tem sido de baixa qualidade, e, em alguns casos, sem valor comercial, ou seja, fora do padrão para moagem. Atualmente, grande parte das lavouras (68%) encontra-se em enchimento de grãos, tendo ainda 12% maduros e por colher e 2% da área colhida.A canola também foi prejudicada pelo clima úmido ocorrido no período de maturação e colheita. Com 70% da área na fase de maturação e 30% dos grãos já colhidos, a cultura tem apresentado rendimento médio de 894 kg/ha. Na região de Passo Fundo e seu entorno, os produtores estão dando preferência à colheita direta, ou seja, estão dessecando a cultura e, após quatro dias, entram com a automotriz para efetivar a colheita.
As chuvas registradas recentemente têm causado interrupções no plantio do milho, que alcança 60% dos 956 mil hectares previstos para o Estado, percentual superior à média dos últimos anos e à marca registrada no ano passado, nesta mesma época. Por outro lado, o clima quente e úmido tem proporcionado excelente desenvolvimento às lavouras. Em algumas regiões, as precipitações, acompanhadas de queda de granizo, provocaram pequenos danos foliares em lavouras em fases de desenvolvimento inicial, sem comprometer a cultura como um todo.
No momento, os produtores de milho aproveitam a boa condição de umidade no solo para aplicar adubação nitrogenada em cobertura, visando garantir um bom padrão para as plantas. Conforme informações dos técnicos da Emater/RS-Ascar a campo, é considerada baixa a incidência de pragas.
CITROS
No Vale do Caí, encaminha-se para o final a colheita dos citros, etapa que será finalizada aproximadamente um mês antes do período em que geralmente ocorre, devido à antecipação da maturação das frutas nesta safra. Este ano, a ocorrência de temperaturas amenas durante o inverno proporcionou maior acúmulo de graus/dia, fator que determinou o amadurecimento antecipado dos frutos. A previsão é de que a colheita esteja concluída em duas semanas.
As frutas cítricas que ainda estão sendo colhidas são a bergamota montenegrina — principal fruta cítrica de exportação do Rio Grande do Sul —, o tangor murcott e as laranjas céu tardia, monte parnaso e valência. Também está em colheita a lima ácida taiti, conhecida como limão da caipirinha, que tem fluxos de floração durante todo o ano, e portanto, produção ao longo de todo o ano.
Ao mesmo tempo em que a colheita das frutas maduras das variedades tardias está finalizando, a safra de 2015 está se formando, por conta do início do desenvolvimento das frutinhas. A floração foi abundante e a fixação satisfatória. As condições climáticas estão boas, com chuvas regulares e espaçadas. No momento, os citricultores realizam os tratamentos para o controle das doenças e o manejo da vegetação de entrelinha.
Texto:Julio Fiori
Heloise Santi
Central do Interior
Diretoria de Jornalismo/SECOM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens que talvez você não viu!!!

http://picasion.com/