A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta
terça-feira a liberação de R$ 2,8 bilhões para obras de saneamento em
635 municípios brasileiros com até 50 mil habitantes. O pacote de
investimentos, com recursos da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), faz
parte da terceira etapa do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento)
e deve beneficiar 5,2 milhões de pessoas, segundo cálculos do governo.
Segundo a presidente, os investimentos no
setor de saneamento são ainda mais importantes no cenário atual porque o
crescimento da renda tem se mostrado bem superior ao do setor de
serviços. De acordo com números apresentados por Dilma, nos últimos 20
anos, enquanto o crescimento do acesso da população a bens de consumo
chegou a uma taxa de 320%, os serviços cresceram apenas 48%. Essa
defasagem que deverá ser combatida, garantiu a presidente.
“Tivemos um salto no investimento em
saneamento. Em 2002, foi investido menos de R$ 1 bilhão. Agora, estamos
chegando a R$ 37,8 bilhões. Mas sempre teremos de ter mais investimentos
em serviços”, disse.
Ao comentar a comparação dos investimentos realizados, a
presidente cometeu uma gafe ao dizer que estava "sofrendo" com as
decisões tomadas no período de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da
Silva. Dilma prontamente se corrigiu e afirmou que estava se
"beneficiando".
"Daqui a três anos o Brasil será melhor que o de hoje,
porque hoje já estou sofrendo, me beneficiando das decisões tomadas no
período Lula, e daqui para a frente estarão se beneficiando das decisões
tomadas agora", completou.
Dilma afirmou ainda que o governo
aprendeu a realizar investimentos no setor. Lembrando que dinheiro
aplicado em saneamento é traduzido em mais saúde à população, a
presidente comparou o tempo que era necessário há alguns anos para
colocar de pé obras de interesse público com o que é feito atualmente.
"No
Brasil se levava em torno de seis anos entre a decisão de construir e
a construção. Se contar a parte da licitação levava mais tempo. Hoje, o
que decidimos fazer nesse exato momento, vai beneficiar a população
daqui a dois, três, quatro anos no máximo porque aprendemos a fazer mais
rápido”, vangloriou-se, sem detalhar o que teria acarretado essa
mudança.
A presidente lembrou que os investimentos
realizados em saneamento são ainda mais importantes porque o governo
precisa cumprir as metas do Plano Nacional de Saneamento Básico, entre
elas a de 99% de cobertura no abastecimento de água potável, 92% no
esgotamento sanitário e a universalização da coleta de lixo nas áreas
urbanas.
“Falo para cada prefeito que pode contar
com o governo federal, vamos continuar investindo nessas áreas que
aparentemente não tinham atratividade política. O Brasil superou um
passado em que governantes não tinham interesse em investir em
saneamento. Achavam que era obra que não rendia voto. A gente devia
medir uma parte de um crescimento e uma parte expressiva da riqueza de
um país ou nação baseado no fato de cobertura da água e esgoto. Isso é
saúde para população”, completou.
Gustavo Gantois
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