Por ser especialmente comemorada em países como os
Estados Unidos, a Austrália e o Canadá, a data que celebra o amor ficou
mundialmente conhecida por seu nome em inglês: Valentine’s Day. Isso significa
que, todo dia 14 de fevereiro, pessoas espalhadas em diferentes partes do mundo
trocam doces, flores e presentes com aqueles que amam – tudo em nome de São
Valentim. Mas você sabe quem é esse santo ou imagina de onde vem essa tradição?
Na véspera do Dia dos Namorados do ano passado, preparamos um artigo com algumas curiosidades sobre a origem da
data no Brasil e em outros países. Mas, dessa vez, vamos nos aprofundar no tema
para entender melhor a história por trás dessa data que já é comemorada há
séculos, então não deixe de conferir essa matéria!
A lenda
de São Valentim
Assim como acontece com muitos outros aspectos culturais,
nem sempre é possível recuperar os registros que comprovam a origem de uma
tradição. Dessa maneira, histórias diferentes sempre acabam surgindo e se
espalhando, sendo que a verdadeira origem da celebração se mantém um mistério.
E com o Valentine’s Day não foi diferente!
Sabe-se que fevereiro é considerado o mês do amor há muito
tempo e que o Valentine’s Day (da maneira como conhecemos hoje) contém
vestígios tanto do cristianismo quanto das festividades pagãs romanas. Mas a
pergunta é: quem foi São Valentim e por que seu nome foi associado com essa
data?
Para começar a entender a história, é importante saber
que a Igreja Católica reconhece pelo menos três santos diferentes com o nome de
Valentim ou Valentinus, sendo que todos eles foram martirizados. Uma das lendas
conta que Valentim era um padre que viveu durante o século 3 em Roma. Nessa
mesma época, o imperador Cláudio II decidiu que os homens solteiros davam
melhores soldados quando não tinham esposa e filhos e, por esse motivo, proibiu
o casamento para os mais jovens. Achando que aquilo era uma injustiça, o padre
Valentim continuou celebrando o casamento dos jovens pombinhos em segredo.
Quando ele foi descoberto, o imperador ordenou sua morte.
Já uma outra história sugere que Valentim foi morto por
tentar ajudar alguns cristãos a escapar das duras prisões romanas, onde eram
frequentemente castigados e torturados. E a terceira lenda conhecida diz que
Valentim estava preso quando se apaixonou por uma jovem garota – que
possivelmente era a filha do carcereiro – que o visitava durante o
confinamento. Ele mesmo teria sido o primeiro a mandar uma carta de amor usando
a expressão “from your Valentine” (do seu Valentim, em
tradução livre), que é usada até os dias de hoje nas cartas e cartões que são
tradicionalmente enviados nessa data.
Independente de qual dos Valentins deu origem à celebração,
as três histórias nos mostram uma figura simpática, romântica e, em um certo
sentido, heroica. Na Idade Média, essa boa reputação fez com que São Valentim
se tornasse um dos santos mais populares na Inglaterra e na França.
A origem
pagã
Enquanto alguns acreditam que o Valentine’s Day é
celebrado em meados de fevereiro para comemorar o aniversário de morte de
Valentim – que se estima que tenha ocorrido por volta do ano 270 –, outros
defendem a ideia de que a Igreja Católica decidiu estabelecer a data no meio de
fevereiro na tentativa de cristianizar uma tradicional celebração pagã
conhecida como Lupercália.
Celebrada por volta do dia 15 de fevereiro, a Lupercália era
o festival da fertilidade dedicado a Fauno, o deus romano da agricultura, e aos
fundadores de Roma. A celebração consistia na reunião dos lupercos – ordem de
sacerdotes romanos – que faziam sacrifícios para afastar os maus espíritos e
promover a fertilidade das pessoas. A lenda ainda conta que todas as jovens da
cidade colocavam seus nomes em uma grande urna. Ali, os solteiros escolhiam um
nome para que a moça fosse sua companheira durante um ano. Era comum que os
relacionamentos que começassem no festival acabassem em casamento.
A Lupercália sobreviveu até o século 5, que foi quando, com o
crescimento do cristianismo, o festival foi proibido por ser considerado pagão.
Foi então que o Papa Gelásio I declarou que o dia 14 de fevereiro seria o Dia
de São Valentim, como uma espécie de homenagem. Nessa época, a data ainda não
tinha nenhuma ligação com o amor.
Durante a Idade Média, acreditava-se na Inglaterra e na
França que o dia 14 de fevereiro marcava o começo da temporada de acasalamento
dos pássaros. Foi a popularidade dessa ideia que deu origem ao lado mais
romântico da data.
Amor ao
redor do mundo
Além dos Estados Unidos, o Valentine’s Day é comemorado
no Canadá, no México, no Reino Unido, na Espanha, na França e na Austrália. No
Reino Unido, a data começou a ganhar popularidade por volta do século 17. Na
metade do século 18, era comum que amigos e namorados de todas as classes
sociais trocassem pequenos presentes ou cartões escritos à mão. Com a chegada
do século XX e a evolução das técnicas de impressão, os cartões impressos ganharam
espaço. Os baixos custos de postagem também contribuíram para a popularidade do
envio de cartões.
Acredita-se que os americanos tenham começado a trocar as
primeiras mensagens escritas à mão no início da década de 1700. Já em meados de
1840, Esther A. Howland começou a vender os primeiros cartões produzidos em
massa na América. Suas criações eram elaboradas e tinham rendas, laços e
imagens coloridas, o que acabou lhe rendendo o título de “mãe dos cartões de
São Valentim”.
Valentine’s
Day em números
Confira abaixo mais curiosidades e números
interessantes sobre o Valentine’s Day:
Os homens costumam gastar o dobro do valor
desembolsado pelas mulheres nessa data. Em média, um homem gasta 150 dólares
(362 reais), enquanto uma mulher investe 74 dólares (178 reais);
Cerca de 8 bilhões de balinhas de coração – um dos
doces mais tradicionais da época – são produzidas por ano. Essa quantidade é
suficiente para ligar Roma (Itália) até Valentine (Arizona, Estados Unidos) 20
vezes.
Essa é a 4ª época em que mais se consomem
espumantes, ficando atrás apenas do Ano Novo, Natal e Dia de Ação de Graças. Os
americanos gastam 8,6 milhões de dólares (20,7 milhões de reais) e consomem
cerca de 640 mil litros da bebida durante a semana do Valentine’s Day;
61% dos homens compram flores, sendo que os buquês
de flores mistas são os mais vendidos. Em segundo lugar, estão as rosas
vermelhas e, em terceiro, as rosas coloridas;
448 milhões de dólares (mais de 1 bilhão de reais)
são gastos em doces na semana do dia 14 de fevereiro. Na mesma época, são
vendidos 26 milhões de quilos de chocolate e 36 milhões de caixas em formato de
coração;
As mulheres compram aproximadamente 85% de todos os
cartões de São Valentim;
Apenas nos Estados Unidos, nos últimos anos a data
movimentou cerca de 15 bilhões de dólares (36 bilhões de reais) anualmente.
Isso coloca o Valentine’s Day em segundo lugar, perdendo somente para o Natal,
na lista das datas em que os consumidores mais gastam.
Postado por:Elisete Bohrer
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