A Lei Cultura Viva e
as experiências dos Pontos de Cultura foram debatidos em audiência
pública da comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia
(CECDCT) da Assembleia Legislativa, na quinta-feira (12), no Teatro
Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mário Quintana. A audiência integrou a
programação do 8º Fórum dos Pontos de Cultura.
A presidenta da comissão, deputada Ana Affonso (PT),
destacou a necessidade de valorizar e fortalecer os Pontos de Cultura,
segundo ela um dos programas mais transformadores criados no Brasil nos
últimos dez anos. “Precisamos trabalhar para desburocratizar as relações
entre o Estado, sociedade e entidades que produzem cultura, ajustar
esta relação, ampliar a cidadania e os direitos culturais”, enfatizou.
“Temos o desafio de interagir mais com os órgãos de controle e encontrar
formas jurídicas que respaldem produtores e entidades para que estes
não sejam penalizados, que não tenham seus projetos inviabilizados”.
A parlamentar entende que a grande maioria dos produtores
e entidades são extremamente sérios em seus propósitos, comprometidos
com o fortalecimento e preservação das culturas populares, mas enfrentam
dificuldades com a prestação de contas e fiscalização. “Precisamos
consolidar uma legislação de Estado que ultrapasse programas e ações,
que afirme o processo cultural de forma permanente, que contemple nossa
riqueza e a diversidade das expressões artísticas”.
Críticas
Artistas, produtores e entidades culturais presentes
criticaram a burocracia, o engessamento dos projetos e das prestações de
contas. Segundo eles, é preciso ‘desingessar’ as formas de
conveniamento e salvaguardar o que realmente importa, que é a
preservação do patrimônio cultural e as ações daqueles que realmente
valorizam as expressões e manifestações autênticas da cultura popular.
“O Estado continua vendo a cultura com desconfiança e valorizando a
burocracia”, disse o representante da Secretaria de Estado da Cultura,
João Pontes. “Uma legislação de Estado deve ter como diretriz tratar de
forma diferente entidades com capacidades econômicas diferentes”, opinou
Leandro Anton, da Comissão Estadual dos Pontos de Cultura. Muitos
participantes criticaram a onipresença da mídia e valorização do
supérfluo, do descartável.
Participaram da audiência a coordenadora do Escritório
Regional Sul do Ministério da Cultura, Margarete Moraes; Maria Aparecida
Tozatti, da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura; e o presidente do
Conselho Estadual de Cultura do RS, Neidmar Alves.
Fonte: PTSUL
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