Ao conhecer o neto após saber que a filha tinha falecido, Cleuza de Souza, de Santa Catarina, buscou ajuda para produzir leite materno
Tudo que a funcionária pública Cleuza de Souza imaginava quando saiu do trabalho e pegou um ônibus em São Paulo com destino a Tubarão, no sul de Santa Catarina, era conhecer o sétimo neto que estava prestes a nascer. Enquanto viajava no dia 12 de outubro, a filha Giselle, 30 anos, estava em trabalho de parto e sofria complicações. A alegria pela chegada do pequeno Noah contrastou com a perda da filha e Cleuza criou uma força especial acompanhada de um desejo que mudou a vida: aos 56 anos decidiu dar leite do peito ao neto.
— Quando olhei para o Noah veio uma força de Deus, eu acho. Creio que se a Gi pudesse me falar, diria: "Mãe, amamenta o Noah pra mim". Eu senti esse desejo — diz Cleuza.
A família é de São Paulo e se transferiu para Tubarão em função do trabalho do marido de Giselle. Cleuza conta que a filha preferia fazer as coisas do jeito mais natural possível. Ela já tinha Giovana, de cinco anos, que nasceu de cesariana e recebeu leite materno até os dois anos, e queria que Noah nascesse de parto normal.
Mas não houve dilatação suficiente, o útero se rompeu e causou hemorragia. Uma cesariana de emergência conseguiu salvar o pequeno Noah.
Cleuza revela que, quando sentiu o desejo de aleitar o neto, consultou o genro Juliano de Melo, que deu todo o apoio.
— Então falei com o pediatra. Ele ficou me olhando, acho que sem acreditar. Perguntei o que eu tinha de fazer e ele disse que havia um remedinho para estimular a amamentação, mas primeiro tinha de fazer exame de sangue para ver se estava tudo bem comigo. Em uma semana eu estava amamentando — conta.
Médico prescreveu remédio para estimular amamentação
Cleuza quer continuar dando de mamar a Noah e por isso vai entrar com uma liminar na Justiça para conseguir licença-maternidade e espera que a história conscientize as pessoas sobre a importância desse tipo de alimentação.
— Amamentar é uma sensação única, é muito lindo. Acho que, naturalmente, meu vínculo com o Noah será maior — completa.
A chefe do banco de leite do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Tubarão, Gloria Barcelos, acompanhou o caso de Cleuza. Ela conta que já atendeu mães que adotaram e aleitaram, mas uma avó é a primeira vez. Gloria explica que, em situações assim, o médico prescreve um remédio para estimular a amamentação, enquanto a equipe do banco de leite realiza procedimentos para ajudar o leite a vir mais rapidamente:
— Mas não é tão fácil. Já tivemos mãe que levou um mês, outras que levaram mais tempo. A Cleuza teve muita sorte. Acho que é uma pessoa muito persistente, teve muita fé e tinha muita vontade de fazer isso.
O leite materno como alimento exclusivo é indicado até a criança completar seis meses. Depois, deve-se incluir outros alimentos à dieta do bebê e continuar a amamentação até os dois anos ou mais. Sempre com acompanhamento do pediatra.
Fonte:Diário Catarinense
Postado por:Elisete Bohrer
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