terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pacientes adultos com HIV terão tratamento antecipado no Brasil

Pacientes adultos com HIV terão o tratamento antecipado no Brasil. O Ministério da Saúde ofertará a terapia com antirretrovirais assim que a infecção for identificada, qualquer que seja o estágio da doença. Com a mudança, a expectativa é a de que pelo menos cem mil novos pacientes passem a fazer uso do remédio, contra os 313 mil atuais.

— A nova estratégia coloca o país na vanguarda do tratamento — afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já que esse protocolo é adotado somente pelos Estados Unidos e França.

A mudança na indicação do uso do remédio deve ser posta em prática até o fim de 2013. Está prevista, também, a incorporação no protocolo de uma nova droga combinada, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O três em um, composto por tenofovir, lamivudina e efavirenz, aguarda certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim que for liberado, o produto deverá ser indicado para pacientes no início de tratamento.

Objetivos do tratamento antecipado
O primeiro deles é ampliar a proteção do paciente com HIV. Pesquisadores concluíram que a estratégia melhora de forma significativa a qualidade de vida do soropositivo, além do efeito protetor. A medida também tem um caráter de saúde pública. Ao tomar o antirretroviral, os níveis de vírus no organismo são reduzidos de forma significativa, dificultando a contaminação do parceiro, no caso de relação sexual sem camisinha.

Segundo Padilha, ela não impede, mas reduz a transmissão. A coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)-Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, disse considerar a antecipação do tratamento uma medida importante. Ela destaca, entretanto, ser necessário organizar agora o sistema de atendimento, porque certamente a demanda nos serviços irá crescer.

De acordo com ela, um outro ponto importante é assegurar a precocidade no diagnóstico da doença. Caso contrário, a legião de pacientes não se beneficiará com a mudança da recomendação.

— Em São Paulo, 25% dos pacientes são diagnosticados com CD4 menor que 200.

Padilha afirma que a média brasileira é de, aproximadamente, 30%. Segundo o ministro, o indicador vem melhorando, e estratégias para ampliar a testagem estão sendo postas em prática.

Ele diz, ainda, não haver estimativa de qual será o impacto no orçamento para ampliação da indicação do remédio. Atualmente, do R$ 1,2 bilhão reservado para aids, R$ 770 milhões são destinados para medicamentos. O ministério afirma que, para o cálculo exato, é preciso saber qual será o preço da droga combinada, produzida pela Fiocruz.

A política de antecipar o tratamento de pacientes com HIV é adotada pelo governo há alguns anos. Em 2012, o início do uso de drogas passou a ser indicado para pacientes com contagem de defesa no organismo (CD4) igual ou inferior a 500. Soropositivos com parceiros sem HIV também passaram a ter indicação do uso precoce do medicamento, independentemente da carga viral.

 Fonte:ESTADÃO conteúdo
Postado por:Elisete Bohrer

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