segunda-feira, 1 de maio de 2017

Reinventando o tempo - Rudimar Barea

Reinventando o tempo

Rudimar Barea¹
     A corrida do dia-a-dia já se tornou um hábito, uma rotina. Quando encontramos um amigo na rua e perguntamos como vai? Em cada 10 pessoas no mínimo 07 responderão: “Correndo!” E se insistirmos na pergunta: pra onde? A resposta se assemelhará no seguinte sentido: “Atrás das coisas, do serviço, do estudo, não é fácil, é a vida! Sobra pouco tempo quando se quer ter alguma coisa”. Mas aí o diálogo deve parar pra evitar constrangimentos, pois, se quiséssemos continuar perguntaríamos; que coisas? E as respostas seriam variadas, desde pessoas que lutam por alguma doença ou problema familiar, até aquelas pessoas (a maioria) que buscam um status, um bem material, ou ‘qualquer coisa’ que possa satisfazer um desejo repentino e passageiro.
     Mas, e o que fazer então? Estamos errados em correr atrás do relógio para buscar ter as coisas ou resolver nossos problemas? O que fazer com o tempo que temos na vida? Talvez esta seja uma das perguntasmais difíceis de responder. E, com certeza em poucas palavras não se encontrará respostas. Muitos pensadores já escreveram sobre a problemática do tempo e a relação intrínseca que ele tem com a vida humana. Não é pra menos, pois o tempo define (em termos gerais) a idade de ser criança, a idade de ser jovem, de ser adulto, de ser idoso, ou, ainda se quiser o tempo de nascer, de brincar, de namorar, de casar, dentre tantas maneiras que o tempo está intimamente ligado as nossas vivências.
     Talvez a problematização mais coerente que podemos fazer neste momento é perguntar: O que estamos fazendo com o tempo que temos? O tempo que gasto no decorrer do meu dia empresta sentido significante para o que é essencial para minha vida? Se cada um que acompanhou este raciocínio até aqui, parou e pensou um pouco sobre as questões levantadas, este, encontrará respostas para saber o que está fazendo com o seu tempo na sua vida. Se estiver bem, ótimo, se não estiver tão bem,“reinvente o tempo”. Afinal, Emmanuel Levinas nos ensina que: “Agir é assumir um presente. O que não equivale a repetir que o presente é o atual, mas que o presente é, no murmurejar anônimo da existência, a aparição de um sujeito que está em luta contra essa existência [...] que a assume.” (1998, p. 35). Com efeito, quando puder renove seu tempo no presente que lhe pertence.

¹ Rudimar Barea: Mestre em Filosofia, professor no Centro de Ensino Superior Rio Grandense (CESURG).

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