Família decidiu não vender o aparelho, por conta da rede de solidariedade que o gesto de Clara, de oito anos, acabou gerando
Diante do chalé destruído pelo fogo, dos avós chorando e com o pequeno celular em mãos, Clara não teve dúvidas: decidiu vender o aparelho — único pertence da família que sobrara após um incêndio. Mesmo sem ter se concretizado, o gesto da menina de oito anos mobilizou uma rede de solidariedade entre moradores de Ijuí, no noroeste do Estado, e ganhou força nas redes sociais. O resultado foram inúmeras doações, desde roupas, colchões, sofá e até uma geladeira.
O incêndio, ainda de causas desconhecidas, ocorreu por volta das 15h30min da última sexta-feira, um dia antes da programada mudança de casa. A aposentada Deolinda dos Santos, 67 anos, estava com o marido, uma das filhas, de 25 anos, e três netos no pátio de casa, às margens do km 3 da ERS-155. Conversavam enquanto descansavam sob a sombra de algumas árvores, após horas empacotando os pertences.
— Estava tudo pronto para que a gente se mudasse para uma chácara, no Interior. Não sabemos o que aconteceu já que até sem luz estávamos, porque já tinham desligado para a mudança — conta Deolinda.
Ela e a família ainda tentaram conter as chamas, jogando baldes de água até a chegada do Corpo de Bombeiros, mas o chalé de madeira, de 50m², foi totalmente destruído. Diante da cena, a neta Clara, que foi criada pela avó desde que tinha um mês de vida, para que os pais pudessem trabalhar, ofereceu ocelular à Deolinda, a quem chama de mãe.
— Estava tudo pronto para que a gente se mudasse para uma chácara, no Interior. Não sabemos o que aconteceu já que até sem luz estávamos, porque já tinham desligado para a mudança — conta Deolinda.
Ela e a família ainda tentaram conter as chamas, jogando baldes de água até a chegada do Corpo de Bombeiros, mas o chalé de madeira, de 50m², foi totalmente destruído. Diante da cena, a neta Clara, que foi criada pela avó desde que tinha um mês de vida, para que os pais pudessem trabalhar, ofereceu ocelular à Deolinda, a quem chama de mãe.
É um celular comunzinho, nada moderno, que eu dei pra ela jogar joguinhos, que não vale muito. Mas ela me viu chorando e disse: "Mãe, vamos vender pra ganhar um dinheirinho, já que todo o teu dinheirinho foi queimado na casa" — lembra a aposentada, emocionada, acrescentando que o aparelho estava dentro de uma bolsa, único objeto salvo a tempo das chamas.
A oferta foi recusada pela família, tanto pelo valor singelo que renderia quanto por ter sido a única forma de contato que sobrara, mas o gesto acabou sensibilizando os moradores de Ijuí e gerando uma rede de solidariedade. Em menos 48 horas, a família recebeu roupas, calçados, colchões, panelas, uma geladeira e um sofá.
— Ainda faltam alguns móveis e eletrodomésticos, mas estamos muito felizes com as doações e em saber que ainda existe muita gente do bem. Desejo que Deus dê em dobro às pessoas que nos ajudaram — agradece Deolinda.
A oferta foi recusada pela família, tanto pelo valor singelo que renderia quanto por ter sido a única forma de contato que sobrara, mas o gesto acabou sensibilizando os moradores de Ijuí e gerando uma rede de solidariedade. Em menos 48 horas, a família recebeu roupas, calçados, colchões, panelas, uma geladeira e um sofá.
— Ainda faltam alguns móveis e eletrodomésticos, mas estamos muito felizes com as doações e em saber que ainda existe muita gente do bem. Desejo que Deus dê em dobro às pessoas que nos ajudaram — agradece Deolinda.
A casa não pertencia à família Santos, que apenas cuidava do local. A mudança para uma chácara do Interior, onde Deolinda e o marido serão caseiros, estava prevista para o sábado, dia seguinte ao incêndio. Mesmo com a perda, acabaram se mudando para a casa vazia e foram recebendo as doações aos poucos.
O repórter do Ijuí News Abel Oliveira conta que a menina tentou lhe vender o aparelho, quando chegou para fazer uma reportagem sobre o incêndio, um dia depois.
— Ela chorava muito, abraçada à avó, e me ofereceu o celular. Eu disse que não iria comprar, mas resolvi ajudar e incentivar uma campanha de doações — disse Oliveira.
A escola onde Clara e os primos estudavam, bem próxima do chalé atingido, também está mobilizada para conseguir transporte para as crianças, a fim de que possam continuar os estudos com os mesmos colegas. Nesta segunda-feira, dia de retorno das férias, elas não foram estudar e ficaram na chácara. Lá, o sinal do celular de Clara não pega, por isso, ZH ainda não conseguiu contato com a garota.
— Ela é uma menina de ouro e sempre foi muito solidária, todo mundo a adora. Porque ela tem um jeito simples, que encanta — descreve a tia de Clara, Cláudia Elenita dos Santos, confeiteira de 39 anos e uma entre os 10 filhos de Deolinda.
O repórter do Ijuí News Abel Oliveira conta que a menina tentou lhe vender o aparelho, quando chegou para fazer uma reportagem sobre o incêndio, um dia depois.
— Ela chorava muito, abraçada à avó, e me ofereceu o celular. Eu disse que não iria comprar, mas resolvi ajudar e incentivar uma campanha de doações — disse Oliveira.
A escola onde Clara e os primos estudavam, bem próxima do chalé atingido, também está mobilizada para conseguir transporte para as crianças, a fim de que possam continuar os estudos com os mesmos colegas. Nesta segunda-feira, dia de retorno das férias, elas não foram estudar e ficaram na chácara. Lá, o sinal do celular de Clara não pega, por isso, ZH ainda não conseguiu contato com a garota.
— Ela é uma menina de ouro e sempre foi muito solidária, todo mundo a adora. Porque ela tem um jeito simples, que encanta — descreve a tia de Clara, Cláudia Elenita dos Santos, confeiteira de 39 anos e uma entre os 10 filhos de Deolinda.
Quer ajudar?A família Santos ainda precisa de ajuda. Quem quiser colaborar com doações pode ligar para Cláudia, no telefone (55) 9152-4572, ou depositar qualquer valor na conta do marido dela, Gilberto Siqueira de Lima, na Caixa (agência 0483 e conta 01300098681-9).
Fonte: Vanessa Kannenberg /Zero Hora
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