É necessário utilizar uma balsa para atravessar a divisa entre os estados. Mas, os caminhões carregados enfrentam problemas logo na saída da embarcação. Máquinas da prefeitura precisam rebocar os veículos. Em 14 dias, foram mais de 400 caminhões rebocados.
O motorista Valdemar Soares esperou mais de cinco horas em Barra do Guarita, com o caminhão carregado de arroz, para fazer a travessia de balsa para Santa Catarina. "É fora de rota [o desvio], você faz mais de cento e poucos quilômetros a mais do trajeto normal, daí tudo complica", reclamou o motorista.
A cidade com pouco mais de 3 mil habitantes está transformada. "Aumentou em mais de 400 o fluxo de carga na nossa rodovia, que não está acabada, e congestionou as vias urbanas. O espaço urbano não está preparado para tanto trânsito, tanto peso, tantos caminhões", disse César Tadeu Paier, prefeito de Barra do Guarita.
Mesmo sendo a principal rota, a RSC-163 também é um problema. A rodovia ainda não foi concluída. Uma parte da pista de um trecho ainda está interditada desde as chuvas de junho. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que a estrada seguirá em obras. Ainda faltam 5km para serem asfaltados, além da construção de boeiros e da pintura da sinalização.
"Não está nada pronto ainda não, só a base. O resto está complicado" afirmou o motorista Régis Staub.
O município deve seguir como principal rota para os caminhões que precisam cruzar o limite do estado. Uma outra rota para os caminhões mais pesados, segundo a Polícia Rodoviária Federal, é pela cidade de Torres, no Litoral Norte.
Asfalto da BR-153, em Marcelino Ramos, cedeu
após chuvas (Foto: Divulgação PRF)
Mais rodovias enfrentam problemas
Outra rodovia que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina, a BR-153, foi liberada. A estrada apresentava trechos interditados em função de rachaduras e deslizamentos, também por causa das chuvas do fim de junho. Antes de ser interditada, cerca de 5 mil veículos utilizavam a rodovia diariamente.
Na segunda-feira (7), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), liberou os trechos nos km 2 e 5, que receberam nova pavimentação e sinalização, no município de Marcelino Ramos.
Já os motoristas que dependem da RSC-480, em Nonoai, que também liga o Norte do estado a Santa Catarina, ainda encontram muita dificuldade. No fim de junho, a ponte sobre o Rio Passo Fundo, em Nonoai, foi interditada depois que a água subiu e causou danos à estrutura. Desde então, os motoristas acabam se perdendo por falta de sinalização. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), alguns locais estavam com cones, mas eles foram roubados. Os motoristas precisam ter cuidado enquanto não são instaladas as placas de sinalização.
Na Região Metropolitana de Porto Alegre, os moradores de Viamão também enfrentam problemas nas estradas. Eles reclamam de um desvio, em condições precárias, de quase 5km na Estrada da Branquinha. Segundo a prefeitura, as linhas de ônibus que circulavam no local sofreram alterações no itinerário por causa de obras de pavimentação na estrada da branquinha.
O grande tráfego de ônibus no desvio, que até então era incomum, prejudicou as vias que estão sendo mais utilizadas. Ainda de acordo com a prefeitura, os trabalhos não pararam durante o final de semana, mas a chuva pode comprometer os serviços. A prioridade da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, reponsável pela manutenção dessas estradas, é manter a fluidez no trânsito daquela região.
Postado por:Elisete Bohrer
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