sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Acadêmica do curso de Medicina Veterinária participa de projeto da Emater

 

Antes de vir para o CESURG - Sarandi cursar Medicina Veterinária Maria Luiza Fink participou do Programa Bolsa Juventude Rural da Emater Ascar

A Emater possui diversos programas de incentivo aos produtores, como o Programa Bolsa Juventude Rural, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) que visa estimular a permanência do jovem no campo através da concessão de bolsas. Foi com esse programa que Maria Luiza Fink participou e desenvolveu na propriedade da família uma estufa com plantação de morangos.

O projeto é para os jovens que estão cursando o ensino médio, Maria Luiza conta como conheceu o projeto “estava terminando o ensino médio, meu primo que trabalha na Emater entrou em contato comigo e comentou sobre o Programa Bolsa Juventude Rural, ele me mandou mensagem para eu conseguir mais pessoas para participar. Pedi o que seria aí ele me explicou que é uma bolsa que você ganha no valor de R$2.000,00 do governo e incentiva o jovem a ficar na propriedade, pois bem falava com um ou com outro, mas ninguém queria, pois o dinheiro não pode ser usado para si, necessita usar na propriedade. Então resolvi me inscrever quando estudava no Aldo Conte. Foi aí que acabou 03 pessoas que realizaram inscrição, das 03 era eu Maria Luiza Fink, Vitor Gabriel Trevizan e mais outro menino que não lembro o nome”.

O projeto eram cinco bolsas para a região de Sarandi e Maria Luiza foi sorteada. Ela conta que se inscreveu apenas para participar, após receber a notícia de que era um dos jovens selecionados, começou a pensar o que fazer na propriedade da família, já que um dos requisitos era que o jovem fizesse a escolha do que investir, foi então que ela fez uma estufa de morangos.

“Nós sempre tinha morangos plantados no chão, mas não produzia nada e todos da família adoram morango, então fiz uma estufa com bancadas diferenciadas, com a ajuda da minha família. Claro que esse valor de 2 mil vem para te incentivar, você precisa colocar mais em cima, nossa estufa ali custou em torno de uns R$ 10.000,00 mais ou menos. Tivemos alguns problemas que acabaram morrendo mudinhas, agora estamos conseguindo amenizar o problema tivemos ácaro nos morangos, mas estamos conseguindo estabilizar”

A estufa que Maria Luiza e a família construíram tem um tamanho de 5x20m. A jovem pensa em talvez aumentar a produtividade construindo outra e comercializar os morangos, porque no momento é apenas para consumo próprio da Família Fink.

Nesta estufa foram plantadas 1000 mudas de morangos, segundo a estudante algumas morreram no decorrer do cultivo da planta, mas a jovem já está conseguindo

recuperar fazendo novas mudas das próprias que já estão produzindo. A menina conta que pensou em desistir quando viu que as mudas estavam morrendo, mas não desistiu.

“No início que a gente plantou estava tudo tão bonito, mas aí acabou dando uma decaída, começaram a morrer muitas mudas e pensava se tivesse investido em outra coisa não estava me incomodando. Mas para encomendar mais mudas precisava fazer a encomenda de mil e como iria pegar mais sendo que não precisava tantas apenas umas 300 mudas, foi nesse momento que pensava se tivesse investido em outra coisa, talvez um composto, mas como era para inovar na propriedade, não continuar algo que já tinha, pensei daqui pra frente pode melhorar agora está difícil, no começo pode não ter sido bom, mas vai melhorar. Até vontade de desistir eu tive, de abandonar, mas com fé em Deus tô continuando, tenho certeza que vou ter uma grande vitória com os morangos”.

A jovem tem muitos planos para continuar a investir na propriedade da família, pois ela não se enxerga morando e trabalhando fora do ambiente em que mora com os pais, a irmã e os avós. Maria Luiza Fink está cursando o segundo semestre de Medicina Veterinária no CESURG Sarandi e conta que não pretende sair do local onde mora “Quando era mais nova que tinha as amigas da cidade no ensino fundamental, todos me perguntavam por que moro tão retirado. Confesso que quando mais nova não queria ficar aqui, mas assim conforme você vai crescendo vai tendo uma atitude mais adulta, vai vendo que isso aqui é muito melhor do que estar na cidade, aqui você está livre faz o que quer, se quiser inventar algo novo inventa, tem tempo. Temos bichos, adoro cachorro, gato e vaca, agora tem a estufa sempre tem algo pra fazer, quem sabe na cidade eu estava lá sentada em uma cadeira sem fazer nada teria que estar procurando um emprego.

Maria Luiza pretende também continuar com a bovino de leite, o que a família já trabalha, mas relata que o pai dela acha que ela irá ficar sozinha, “meu pai acha que talvez eu vou ficar meio sozinha, porque ele não é muito de ajudar, ajuda mas não gosta muito e minha mãe também vai chegar um tempo que não vai mais conseguir ajudar, ela tem que ter um tempo de descanso e minha irmã está fazendo estética então não vai estar aí, mas talvez ampliando cada vez melhor, não vai ficar tão pesado, pois agora com as tecnologias dá para se fazer tudo, até uma pessoa trabalhar sozinha, porque a tecnologia tem uma área bem ampla”.

A jovem pensa em trazer a tecnologia para a propriedade para facilitar o trabalho de todos, mas percebe que os avôs ainda querem continuar com o sistema antigo.

Maria Luiza conta que escolheu o curso de Medicina Veterinária pelo fato que adora animais e a família trabalhar com vacas de leite. A menina já percebeu algumas diferenças nos cuidados com as bezerras que sua família faz e de como é a maneira correta de fazer - “está sendo maravilhoso, cada coisa que você vê, que fica Meu Deus como é que eu não sabia disso, que nem assim muitas coisas que a gente tinha na propriedade como o cuidado com as bezerras que nascem. Nós não tinha o cuidado correto, nunca fomos atrás de como cuidá-las. No primeiro semestre da faculdade já aprendi a maneira correta de cuidar das bezerras, desde o nascimento como se faz a

identificação, a cura do umbigo, quando começar com a alimentação com o colostro, quantas horas necessárias, tem muita coisa que nós não ia a fundo, não fazia na hora como a identificação do animal, fazia bem mais para frente quando estava já quase com um ano para mais”.

A acadêmica finaliza que já mudou muito seu pensamento com o que já aprendeu nesse um ano, mas que precisa mudar o pensamento da família ainda “vou mudando muito meu pensamento, mas não é fácil mudar o pensamento da minha família, principalmente dos meus avôs, mas tenho fé que eu consiga, porque um dia eles vão deixar para nós irão sentar e dizer agora é com você, tenho fé que vou conseguir acrescentar coisas novas”.


                                          

                                           
                                          
Fonte; CESURG

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