O trabalho e a dignidade humana
Para começo de conversa vamos à etimologia da palavra “trabalho”: trabalho vem do Latim “TRIPALIUM” (três paus), que designava um instrumento de tortura, utilizado para subjugar os animais e forçar os escravos a aumentar a produção. Com o tempo essa designação passou para “TRAVAILLER” (palavra Francesca), que significa: “sofrer, sentir dor”, evoluindo depois para “Trabalhar Duro”. De qualquer forma, todas as origens citadas nos remetem a alguma dor ou sofrimento; e realmente trabalhar não é fácil, e, é por isso que os trabalhadores lutam para dignificar e melhorar as formas de trabalho.
O mês de maio é um mês símbolo para o trabalhador. No dia 01 de maio somos provocados a lembrar que precisamos lutar por nossos direitos, assim como os milhares de trabalhadores foram às ruas na cidade industrializada de Chicago em 1886, reivindicando melhores condições de trabalho, entre elas: a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. No entanto, a memória do dia 01 de maio serve para lembrarmos-nos dos avanços conquistados, mas também saber que temos muito a avançar para a construção de uma sociedade mais humana, fraterna e igualitária, significa acabar com as formas de opressão, violência e escravidão.
Não é possível aceitar que ainda existam formas de trabalho análogas à escravidão. Pergunte-se: Como estou no meu trabalho: Quais as condições de vida digna ele oferece para mim e para minha família, assim como para o convívio social?
O ser humano não pode apenas ser parte do processo de produção, e sim; atores do desenvolvimento conforme afirma Mészáros. A dignidade é própria dos humanos, assim como o trabalho... Por isso não se trata de dignificar um e o outro. Essa conversa de que o trabalho dignifica o homem é para dizer que quem não trabalha [o vagabundo] é indigno, não é humano; uma conversa "burguesa" perversa, que exclui o ser humano da busca da sua própria dignidade.
Precisamos “trabalhar”; carregar a “cruz” (três paus), “dignificar o trabalho” e assim “viver dignamente”. Sejamos todos/as atores/as da nossa história! E “viva” aos trabalhadores/as!
Rudimar Barea é Mestre em Filosofia, Professor do CESURG
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