Ética e Hospitalidade!
Rudimar Barea¹
Oh de casa, oh de casa
Quanta alegria se sente
Quando alguém nos recebe
Oh de casa, oh de casa
E no dia seguinte a jornada prossegue!
(Os Bertussi)
Hoje vamos abordar um
tema que é fundamental para a convivência humana. “Ser hospitaleiro”! Ser
hospitaleiro é um dos lemas do povo gaúcho, principalmente do pessoal que é do
interior do estado e se for do interior do interior (na roça) a hospitalidade
aparece com mais força. Quem duvida, faça a experiência e saia pelo interior
conversar com os camponeses e confirmarão está afirmação.
Escolhi falar sobre a hospitalidade,
pois entendo que a hospitalidade é a viga mestra do relacionamento humano. Ou
seja, a hospitalidade é o começo de qualquer relação. Os ritos de hospitalidade
são indispensáveis; cada povo tem uma forma de hospedar alguém, a prática comum
é a de saudar-se um ao outro (bom dia, boa tarde, boa noite), pedir como que está
de saúde (e daí tche como vai?) e assim por diante. O gaúcho mantém práticas de
um ritual com o chimarrão (em outros lugares, chá, café...), que também é uma
forma de hospitalidade, e sempre antes do hospede ir embora é imprescindível a
pergunta: Já vai?
Na relação hóspede x
hospedeiro, o hospede se torna senhor e o hospedeiro seu servidor, o hospedeiro
faz sala para o hóspede, o serve, trata da melhor maneira possível para que
sempre volte. É assim que nossas relações deveriam funcionar, mas não só
restrito a nossa casa material, deveriam funcionar na nossa casa comum que é a
humanidade.
Neste contexto que a
hospitalidade se relaciona diretamente com a ética. “Eu era peregrino e me
acolhestes” (Mt. 25, 35). Ser acolhido é um motivo de satisfação pessoal, quem
não gosta de ser bem recebido, quem nunca precisara ser um hóspede?
E se assim entendemos
que a hospitalidade é importante; quem é um bom hospedeiro continue, mas se
ainda não és, há tempo!
[¹] Rudimar Barea:
Mestre em Filosofia, professor no Centro de Ensino Superior Rio Grandense
(CESURG).
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