O frio e a juventude
Por: Rudimar Barea¹
Esse frio, que vem deixar os gaúchos/as e os turistas obrigados a puxar as vestimentas para se agasalhar, também tem seus aspectos positivos, e desses aspectos que gostaria de falar aqui rapidamente.
Sentir frio é uma indicação que estamos vivos, então somos convidados com este olhar positivo a contemplar as belezas do inverno; podemos aproveitar esse momento para aquecer-se ao lado de um fogão a lenha reunido com a família, colocar um pinhão na chapa, tomar um bom chimarrão passando de mão em mão, cultivar a nossa tradição, contando causo e falando da vida.
O inverno faz com que as plantas adormeçam para cumprir o ciclo de sua vida, descansando para poder gerar frutos ou flores na primavera, verão e outono. E, nesse sentido; será que nós seres humanos também não precisamos desse tempo de descanso. Um descanso por completo, no qual pudéssemos rejuvenescer e fazer brotar dentro de nós uma vida nova, um jeito novo de agir fazendo a reflexão sobre o que já fizemos.
Tudo o que se passa pela nossa vida é uma espécie de experiência humana com o que há no mundo e que de certa forma em relação a vida é apenas contingente e não fundamental. Por que não é fundamental? Porque, o que importa de fato enquanto seres humanos viventes é a vida. E, se é o frio que se apresenta neste momento, vamos viver e saudar o frio.
Falando do frio lembro de Edith Stein (Santa Tereza Benedita da Cruz), quando em sua casa tinham estragado o sistema de aquecimento e com o frio que se fazia na Alemanha quando perguntada sobre situação ela então respondera: “Até que meu cérebro não fique congelado, está tudo bem”. Poucas palavras que nos remetem a ser positivo perante nossos desagrados físico-corporal. E parafraseando Edith Stein poderia dizer então que “enquanto meu coração não congelar, está tudo bem”.
Mete lenha na fogueira gaúcho/a. Um abraço caloroso.
1. Rudimar Barea: Mestre em Filosofia, professor no Centro de Ensino Superior Rio Grandense (CESURG).
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